Os "12 Apóstolos" –

Seguidores inventados de um Salvador inventado

Jesus Never Existed –  Imaginary Friend


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Kenneth Humphreys

 


01.02.15

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Hora da História

"Na época de Tertuliano e Clemente de Alexandria [final do século II – início do III] a glória do martírio era restrita a São Pedro, São Paulo e São Tiago.

Ela foi gradualmente concedida ao resto dos apóstolos pelos gregos, mais recentes, que prudentemente escolhiam algum país remoto, fora dos limites do Império Romano, para usar na história da pregação e do sofrimento deles."

– Gibbon (Decline & Fall, 15)

 

 

 

 

Fábrica de Fantasias

"Os monges de sucessivas épocas que, em paz na sua solidão, entretinham-se diversificando as mortes e os sofrimentos dos mártires primitivos, frequentemente inventavam tormentos de uma natureza muito mais refinada e engenhosa."

– Gibbon (Decline & Fall, 15)

 

 

 

 

Um Destino Pior do que a Morte

 

"Relata-se que mulheres piedosas, que eram preparadas para desprezar a morte, eram algumas vezes condenadas a um julgamento mais severo, e testadas para determinar se elas valorizavam mais a sua religião ou a sua castidade ...

De vez em quando, a interposição de algum poder milagroso preservava as castas esposas de Cristo da desonra até de uma derrota involuntária."

– Gibbon (Decline & Fall, 15)

 

 

 

 

Cirurgia nos Seios

St. Agatha
 
Ágata, uma virgem rica da Sicília, tinha feito um voto de castidade a Cristo. Mas Quinciano, um cruel cônsul romano, tentou "corrompê-la".

Ele não conseguiu, e então colocou Ágata num bordel cuja dona era 'Afrodísia'. Mas ela ainda conseguiu preservar sua virgindade.

O furioso Quinciano condenou Ágata a ser esticada na roda, açoitada e cortou seus seios. Eles foram milagros-amente restaurados por uma visão de São Pedro.

O persistente cônsul mandou que Ágata fosse rolada nua sobre carvão em brasa misturado com pedaços de vasos.

Ágata morreu na prisão. Ela também foi queimada na estaca. E também, ela não pegou fogo e foi decapitada. 

Uau, haja sexo e violência.

 

 

 

 

 

O Que Jesus Faria?

"Jerônimo, em sua lenda sobre Paulo o Eremita, conta uma história estranha sobre um jovem que foi amarrado com correntes, nu, a uma cama de flores, e atacado por uma cortesã bonita e brutal.

Ele conteve a crescente tentação mordendo a própria língua."

– Gibbon (Decline & Fall, 15)

 

 

 

 

 

A Mente de um Fanático

Santo Inácio?

Um pouquinho preocupado DEMAIS com os detalhes de sua própria morte?

"Deixe que o fogo, a forca, os leões, as fraturas dos ossos, o esquartejamento, a contusão no meu corpo inteiro, e os tormentos do diabo e do próprio inferno venham a mim, para que eu possa ganhar Cristo Jesus.."

– Livro de Mártires de Foxe, 1968

Inácio supostamente escreveu essa bobagem chocante para Policarpo no caminho para o martírio em Roma no ano 115.

 

 

 

 

 

Tão alto assim?

"Parece que é universalmente aceito que a Literatura Clementina é baseada nas doutrinas do Livro de Elcasai ou Elxai, que era muito usado pelos Ebionitas.

É dito que o conteúdo desse livro foi revelado por um anjo de 154 quilômetros de altura a um santo chamado Elcasai no ano 100 ..."

A Enciclopédia Católica, IV.

 

 

 

 

Comida de Leão?

A história de que cristãos tinham sido "jogados aos leões no Coliseu" não apareceu até o século 17 – quando esse anfiteatro estava sendo saqueado para obter material de construção para reconstruir a Basílica de São Pedro!

 

 

Como e Por Que os Apóstolos Foram Inventados

(outro site)

por Frank Zindler

 

 

 

 

 

Esse espetáculo nojento de versatilidade sádica seria apenas humor negro se não fosse o fato de que, tendo se convencido de que seus pioneiros tinham sofrido dessa forma, os cristãos infligiram essas barbáries cruéis a seus oponentes.

 

 

 

 

PS: Um apóstolo mulher?

"Saudai Andrônico e Júnia, meus patrícios e companheiros de prisão. São muito estimados entre os apóstolos, e se converteram para Cristo antes de mim." – Romanos 16.7.

Fontes antigas, inclusive o papiro P46 de cerca de 200, registram a forma feminina "Júnia". Mas fontes recentes acrescentam um acento na sílaba final para produzir uma forma masculina mais aceitável, embora rara: "Júnias"!

 

 

 

 

Discípulos incompetentes

"E, quando eles se reuniram ao povo, um homem aproximou-se deles e prostrou-se diante de Jesus, dizendo 'Senhor, tem piedade de meu filho! Ele é epiléptico e tem ataques tão fortes que muitas vezes chega a cair no fogo ou na água.

Apresentei-o a teus discípulos mas eles não foram capazes de curá-lo.'

'Ó gente incrédula e perversa,' Jesus respondeu, 'até quando deverei ficar convosco? Até quando terei de suportar-vos?

Trazei o garoto aqui.' Jesus esconjurou o demônio que saiu do menino, e na mesma hora ele ficou curado.

Então os discípulos chegaram perto de Jesus e, em particular, lhe perguntaram, 'Por que nós não pudemos expulsar este demônio?'

Ele respondeu, 'Por causa de vossa pouca fé. Eu vos garanto: se tivésseis uma fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a este monte, 'sai daqui para ali' e ele iria, e nada vos seria impossível.' "

– Mateus 17.14-20.

 

Se uma fé do tamanho de um grão de mostarda é suficiente, por que não vemos cristãos fazendo milagres?

 

Os apóstolos deveriam ser doze das pessoas mais famosas da história. Ouvimos dizer que eles foram escolhidos a dedo por Jesus para testemunhar seus feitos maravilhosos, aprender seus ensinamentos sublimes, e levar a boa nova de seu reino para todos os cantos do mundo.

O que é extremamente surpreendente é que não conhecemos quase nada sobre eles. Não podemos ter certeza nem de seus nomes: os evangelhos listam uma coleção de mais de vinte nomes para os assim chamados doze discípulos – com Bartolomeu às vezes aparecendo como Natanael, Mateus como Levi e Judas como Tadeu ou Lebeu!

Deveria ser evidente que se os doze fossem figuras históricas reais, com um papel tão importante na fundação e no crescimento da Igreja, seria impossível que houvesse tamanha confusão sobre a questão básica de quem eles realmente foram.

Mas o que sabemos sobre eles?

 

"Doze Homens Bons e Verdadeiros"?

O fato é que os Evangelhos, nossa única fonte primitiva, não dizem absolutamente nada sobre sete dos doze. Eles são apenas nomes numa lista.

Não é um pouquinho estranho que tais figuras importantes, que eram cheias do Espírito Santo e receberam poderes para curar os enfermos e expulsar demônios, não escreveram nada, nem tiveram nada escrito sobre eles ou para eles? Não é estranho que homens escolhidos para serem testemunhas dos incríveis feitos de Jesus não escreveram relatos de testemunha ocular, não deixaram sermões, nem memórias, nem cartas, nem ensinamentos, nem míseras palavras encorajadoras?

Tudo o que temos sobre "os doze" são lendas conflitantes e histórias fantásticas de uma data muito posterior, histórias fantasiosas sobre aonde eles foram, o que eles fizeram e especialmente como morreram. As mortes deles, aparentemente, foram registradas nos mais sanguinários detalhes. E são as mortes horríveis dos discípulos que montam o quebra-cabeça. Todos já ouvimos os apologistas dizerem: "Será que eles teriam morrido por uma mentira? Por isso a história de Jesus deve ser verdadeira."

Mas todos sabemos o quão útil para uma causa é a morte de um mártir, mesmo se ele for uma ficção. No caso de Jesus, os doze são uma ficção, um grupo de seguidores necessário para um deus solar passando pelas doze constelações do zodíaco. Da mesma forma que os outros deuses salvadores, Jesus tinha que ter seu séquito.

A verdade é que os doze discípulos são uma invenção torpe e imoral.

De onde eles tiraram suas ideias?

Josué também escolheu Doze

"O Senhor disse a Josué: 'Escolhei doze homens dentre o povo, um por tribo' ... Josué convocou os doze homens escolhidos, um por tribo, entre os filhos de Israel." – Josué 4.1-4.


Ambos os nomes 'Jesus' e 'Josué' derivam do hebraico Yehoshua – um nome heroico ('Yahweh salva') dado ao suposto líder dos israelitas na sua conquista de Canaã.

Os paralelos não terminam aí. O Jesus de Mateus promete a seus camaradas que eles estarão "sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel." – Mateus 19.28.


 

Mártires para a Causa: Esses "Discípulos que Sofreram"

"Será que os discípulos teriam sofrido e morrido por um salvador inventado?"


Um dos frágeis alicerces que sustentam o decrépito edifício do cristianismo é a alegação de que os apóstolos originais, os doze discípulos escolhidos pelo próprio Senhor, sofreram e tiveram um destino cruel. Com o seu sacrifício heroico, dando a outra face, esses figurões conseguiram a coroa de seu mártir e se juntaram ao seu Senhor no Céu. Fazendo isso, eles inspiraram gerações de nobres cristãos, que acabaram ensinando aos romanos sedentos de sangue os valores cristãos de compaixão e amor fraterno. Bem, esse é o mito.

Embora a crueldade e o sofrimento humano sempre foram parte integral da história da Igreja, os fanáticos de Cristo raramente foram os inocentes vitimados. Ao contrário, foram os cristãos que banharam sua fé no sangue de outros.

NÃO há evidência que corrobora a existência dos doze discípulos e absolutamente NENHUMA evidência para as várias mortes coloridas que esses mártires supostamente tiveram. A própria Bíblia na verdade menciona a morte de apenas dois apóstolos, um Tiago que foi morto por Herodes Agripa (vide Tiago para uma discussão dessa complicada personagem) e o perverso Judas Iscariotes (veja abaixo), que tem várias mortes porque ele é o vilão.

Apenas a lenda e a tradição, imaginadas pelas primeiras igrejas em sua busca por legitimidade e autoridade, forneceram as confortantes fábulas de heroísmo e martírio. O enorme número de histórias conflitantes e mortes alternativas mostram eloquentemente a completa invenção dos companheiros inexistentes do homem-deus inexistente.

 

As Mortes Inventadas dos Apóstolos

1. Pedro (ou Simão, Cefas).

"Decapitado por Nero?" Não, não realmente. Essa lenda foi criada pelo papa de meados do século II Aniceto (156-166) quando ele ficou encurralado num conflito com o venerável Policarpo de Esmirna. Policarpo tinha tentado ganhar a discussão (sobre a data da Páscoa) insistindo que ele falava com a autoridade do apóstolo João. Em resposta, Aniceto disse que sua opinião seria a mesma de Pedro, o "Príncipe dos Apóstolos", que é superior a João.

Textos do século II conhecidos como "Literatura Clementina" tinham transformado Pedro no "primeiro Bispo de Roma" e uma invenção do século III deu a ele um pontificado de 25 anos – que tornou um pouquinho complicado que ele tivesse morrido nas mãos de Nero mas, ei, isso é "tradição."

No século III, o Pai da Igreja Orígenes inventou um floreio bonitinho: Pedro, sentindo-se indigno de ser crucificado da mesma forma que seu Senhor, escolheu a opção 'B' – crucifixão de cabeça para baixo!

 

2. Tiago, filho de Zebedeu (Tiago Maior?)

Atos 12.1,2 diz simplesmente:

"Por aquele mesmo tempo, o rei Herodes mandou prender alguns membros da Igreja para os maltratar. Assim foi que matou à espada Tiago, irmão de João."


Uma lenda posterior adiciona a extraordinária besteira de que o soldado romano que guardava Tiago converteu-se no local e ofereceu-se para ser decapitado ao lado dele! Uma invenção ainda mais recente diz que Tiago visitou o norte da Espanha antes de regressar à Judeia e ser martirizado.

 

3. João, filho de Zebedeu.

Esse cara tem que ser mantido vivo por tempo suficiente para cuidar de Maria, liderar a igreja em Éfeso, escrever o Livro do Apocalipse e escrever seu próprio evangelho. Ele até é fervido em óleo, sobrevive e tem uma morte natural!

Na verdade, João bar Zebedeu desaparece da historinha em Atos ao mesmo tempo em que seu irmão Tiago é mais dramaticamente removido da história. A última referência a João é também o versículo 12.2. A partir de Atos 12.12 estamos lidando com outro João "cujo sobrenome era Marcos" – uma personagem de pouco peso que mesmo assim recebe o crédito da autoria do primeiro evangelho. .

O iminente rebaixamento de posto dos irmãos do trovão é na verdade previsto no evangelho de Marcos (e é enfeitado em Mateus, onde a Sra. Zebedeu tem a palavra). Os garotos pedem assentos VIP no além. JC não dá moral a eles:

"Aproximaram-se de; Jesus Tiago e João, filhos de Zebedeu, e disseram-lhe: "Mestre, queremos que nos concedas tudo o que te pedirmos." E ele disse, Que quereis que vos faça? Eles disseram, Concede-nos que nos sentemos na tua glória, um à tua direita e outro à tua esquerda.

"Jesus disse a eles ... quanto ao assentardes à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim; o lugar compete àqueles a quem está destinado. Ouvindo isto, os outros dez começaram a indignar-se contra Tiago e João." – Marcos 10:35-41.


Assim, enquanto na carreira terrena de Jesus figuram com destaque os irmãos Tiago e João, "os filhos do trovão" (Marcos 3.17), na história da igreja primitiva figuram um novo Tiago, "o irmão de Jesus", e um novo João, um companheiro de Paulo e Barnabé (veja abaixo). Pouco sabemos sobre os dois, embora a morte de Tiago bar Damneu (Josefo, Antiguidades 20.9) fornece uma base para o martírio enfeitado do irmão Tiago, adorado pelos apologistas cristãos.

 

4. André, irmão de Pedro.

Segundo as invenções piedosas, André teve uma carreira maravilhosa, viajando pela Cítia, Grécia, Ásia Menor e Trácia. Este cara, aparentemente, escolheu a opção 'C' no menu de crucifixão: uma cruz em forma de x. Aparentemente isso permitiu a ele continuar pregando por 2 dias.

 

5. Filipe.

Segundo o mito, este cara esteve na Frígia, Cartago e Ásia Menor. No conto de fadas, um procônsul o crucificou por ter convertido a esposa dele. Talvez a festinha do amor passou um pouco do limite.

Há na verdade dois Filipes, o que é um pouco confuso. O apóstolo original desaparece da história depois de presenciar Jesus subir ao Céu no Monte das Oliveiras. Filipe e o resto da turma retornam ao "quarto de cima" em Atos 1.13. Mas em Atos 6.5 um segundo Filipe é escolhido como um dos sete que ficaram responsáveis por alimentar viúvas.

 

6. Bartolomeu (Natanael)

Um viajante inveterado – Índia, Pérsia, Armênia, Etiópia e o sul da Arábia! Milagrosamente ele conseguiu ser crucificado (esfolado vivo e decapitado!) tanto na Índia quanto na Armênia. Muito impressionante. Mesmo depois de morto, seus pedaços circularam por aí: uma igreja em Roma dizia ter a maior parte de seus restos mortais mas no século 11 a Catedral de Cantuária fez um ótimo negócio e conseguiu o braço dele! Seu emblema é uma faca de esfolar. Sensacional.

 

7. Mateus (Levi filho de Alfeu)

Este cara teve que ser mantido vivo tempo suficiente para escrever seu evangelho – pelo menos 20 anos depois da suposta morte de Cristo. São atribuídos a ele 15 anos em Jerusalém, missões na Pérsia e Etiópia e, claro, martírio em ambos os lugares. De acordo com a iconografia medieval ele usava óculos, para contar melhor o dinheiro dos impostos.

Se Mateus, ou Levi, é um filho de Alfeu (Marcos 2.14) então se presume que ele é também o irmão de Tiago filho de Alfeu (Marcos 3.18)? No entanto, ouvimos que o Tiago Menor é um filho de Maria, irmã da Santa Virgem e esposa de Cléofas (João 19.25). Neste caso, o evangelista Mateus é um primo do próprio Jesus! No entanto, Atos 1.13 nos diz que o Tiago Menor tem um irmão chamado Judas ao passo que Marcos (15.40) e o próprio evangelho de Mateus (27.56) dizem que Tiago tem um irmão chamado José. Então agora temos toda uma irmandade: Tiago, José, Judas – mais Mateus/Levi ... que fica bem próxima dos supostos quatro irmãos do próprio Jesus!

"Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?"

– Mateus 13.55.

 

8. Tomé Dídimo (o Gêmeo) ou Judas Tomé

Outro grande viajante, visto em todos os lugares desde a Pártia até Kerala no sul da Índia. Uma invenção do século IV, bem adequadamente, dá a este 'gêmeo' dois martírios, um na Pérsia e um na Índia. Ele até ganha um enterro na Síria para completar! Os portugueses no século 16 reivindicavam mais outro lugar de descanso final, Meliapor. Conhecido principalmente por ter "duvidado", Tomé inspirou um amontoado de enganações piedosas: o Atos de Tomé (ele construiu um palácio para um rei da Índia, acredita?), o Apocalipse de Tomé, o Evangelho de Tomé, e o Evangelho da Infância de Tomé.

Agora, você ainda tem dúvidas ...?

 

9. Tiago filho de Alfeu (Tiago Menor – ou é Tiago o Justo?)

Os inventores de mitos realmente capricharam com este cara. Jogado a mais de 30 metros de altura, do pináculo do Templo, por "escribas e fariseus", ele conseguiu sobreviver e em seguida foi apedrejado, teve seu cérebro arrancado com um taco e teve seu corpo "serrado em pedaços" – tudo isso com 90 anos de idade!

Claro, se não fundirmos Tiago Menor com Tiago o irmão de Jesus (uma identificação feita por Jerônimo e católicos posteriores) toda essa história pertence a Tiago o Justo e o fim do Tiago Menor é desconhecido.

Será que a confusão aconteceu porque ele foi serrado ao meio?

 

10. Judas/Tadeu /Lebeu

Ou um grave espancamento ou uma crucifixão para este cara perturbado na cidade de Edessa ou na Pérsia. Aparentemente, o fã-clube dele foi prejudicado porque seu nome parecia muito com o de Judas Iscariotes.

O apóstolo Judas é muitas vezes fundido com o Judas irmão de Jesus e também com o Judas que escreveu a epístola de mesmo nome (preste atenção, isso vai cair na prova). Mas Judas (o escritor da epístola) se identifica como o irmão de Tiago e servo de Jesus, não o irmão dele (Judas 1.1). Ele também fala dos apóstolos no tempo passado, não como se ele fosse um deles (versículo 17), logo ele também não pode ser identificado como um dos "doze".

 

11. Simão o Cananeu / o Zelota.

As invenções sobre este cara demoraram a aparecer. Quando apareceram, eram uma beleza – crucifixão na Pérsia e também crucifixão a milhares de quilômetros de distância na Grã-Bretanha. Ele também conseguiu pregar na África. Fantástico.

 

12. Matias.

Segundo as fantasias, este cara foi para a Síria, Capadócia, as margens do Cáspio e a "Cidade dos Canibais" (Atos de André e Matias). Morreu queimado. Também morreu em Jerusalém por apedrejamento – e decapitação. Na verdade ele apenas completa o número dos 12, às vezes se fundindo a Mateus e às vezes deixado de fora para deixar Paulo entrar nos "doze."

 

13. Judas, filho (ou seria irmão?) de Tiago.

Nada ainda. Você está inspirado(a)?

 

14. Levi, filho de Alfeu..

Vide seu alter ego Mateus..

 

Marcos (João Marcos).

Apesar de que nem Clemente de Alexandria (?153-215), nem Orígenes de Alexandria (182-251) parecem ter notado, Eusébio de Cesareia (c.263-339) passa a notícia de que o apóstolo Marcos tinha sido "primeiro bispo" de Alexandria e tinha sido martirizado no "oitavo ano de Nero." Isso teria sido 61 dC – fazendo com que o apóstolo já estivesse morto antes da morte de Pedro, cujas memórias Marcos supostamente escreveu como o Evangelho de Marcos. "Arrastado até a morte", ou talvez não. Seus ossos – ou melhor, os ossos de alguém – apareceram em Veneza no século IX.

 

Lucas.

"Enforcado numa oliveira." Ou, "viveu até os 84 anos e morreu sem casar." Pedaços de seu corpo são reivindicados tanto por Pádua quanto por Constantinopla..

 

Paulo.

"Decapitado por Nero." Não, não realmente, mas a lenda nos conta que ele teve o mesmo destino que Pedro, até morrendo no mesmo dia. Romances piedosos rabiscados entre os séculos II e IV – Atos de Paulo, o Apocalipse de Paulo, o Martírio de Paulo e os Atos de Paulo e Tecla – contam todas as besteiras fabulosas que você quiser.

 

Múltiplas mortes – um recurso literário bíblico para fazer o vilão se dar MUITO mal

As 4 mortes muito diferentes do Rei Saul.
1 Samuel (31:4) diz que Saul "Tomou uma espada e jogou-se sobre ela".
2 Samuel (1:2-10) diz que Saul, a seu próprio pedido, foi morto por um Amalecita.
Mais à frente, em 2 Samuel (21:12) lemos que Saul foi morto pelos Filisteus em Gelboé.
Mas então em 1 Crônicas (10:13-14) ficamos sabendo que Saul foi morto por Deus!

Judas Iscariotes.

Ah, essa cara de malvadão parece com um Judas

 

 

As múltiplas mortes de Judas Iscariotes –

Se as autoridades judaicas, com seus próprios agentes, realmente quisessem prender Jesus, supostamente um guru que atraía grandes multidões, elas certamente não teriam precisado pagar um informante "de dentro" para identificar o líder carismático. Nem é verossímil que 'muito dinheiro' teria sido pago por um beijo (justo um beijo!) no messias prestes a ser preso (Marcos 14.44). O simbolismo teológico é tão evidente quanto a falsidade da história.

O mítico "Judas" foi uma criação gentia/helênica do início do século II, um foco epônimo do antijudaísmo e antissemitismo da Igreja primitiva. Parece que "Iscariotes" foi tirado do nome de um grupo rebelde chamado Sicários, assassinos judeus que usavam sicae (pequenos punhais), que foram largamente exterminados pouco antes da primeira guerra judaica

Inácio, escrevendo suas epístolas em cerca de 115, não fez nenhuma menção a um Judas Iscariotes, e nem mencionou nenhum 'discípulo' (Paulo e Pedro são chamados de 'apóstolos', isto é, missionários – como ele próprio).

Mas com uma traição teologicamente necessária por 'um judeu/os judeus', o salvador divino passa, em corpo e alma, à posse dos gentios.

Ao falar do fim de Judas, o infeliz traidor do Senhor – como ele poderia resistir, ele tinha sido possuído por Satanás?! (Lucas 22.3) – os escrevinhadores cristãos deram asas à imaginação. Pápias começou, na década de 130.

 

 

Judas – o Homem Caído

Início do século II:

"Judas andava pelo mundo como um triste exemplo de impiedade; seu corpo tinha inchado de tal forma que ele não conseguiu passar por onde uma biga podia passar com folga, ele foi esmagado pela biga, fazendo suas entranhas jorrarem para fora."

Pápias, "Exposição dos Oráculos do Senhor"  Livro II.

2 contos de fadas que chegaram à versão final da Bíblia:

Mateus 27:5

"Ele jogou então no templo as moedas de prata, saiu e foi enforcar-se."

Atos 1:18

"Este homem adquirira um campo com o salário de seu crime. Depois, tombando para a frente, arrebentou-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram."

Floreio do século IV:

 

"Judas foi um terrível exemplo ambulante de impiedade neste mundo ... Pois suas pálpebras, dizem, estavam tão inchadas que ele não conseguia enxergar nenhuma luz, e seus olhos não podiam ser vistos ... quando ele se aliviava, passava por ali pus e vermes de todas as partes de seu corpo, muito o envergonhando.

Depois de muita agonia e punição, dizem, ele finalmente morreu em seu próprio lar, e devido ao mal cheiro a área é deserta e inabitável até hoje; de fato, até hoje ninguém consegue passar por aquele lugar sem fechar o nariz, de tão grande que foi a secreção de seu corpo e de tão longe que ela se espalhou pelo chão."


Pápias, "Exposição dos Oráculos do Senhor" como citado por Apolinário de Laodiceia, contador de histórias e sacerdote cristão.

 

Os 12 se tornam os 7 – ou quase isso

Nos Atos dos Apóstolos os onze discípulos, ordenados pelo Jesus ressuscitado para esperarem em Jerusalém pelo poder do Espírito Santo, tiraram a sorte para substituir o infeliz Judas Iscariotes. Eles escolheram Matias em vez de Barsabás Justo e assim restauraram o círculo mágico. As palavras usadas nos Atos são curiosas: "um deles se torne conosco testemunha de sua Ressurreição." Neste estágio, "doze" ainda tem uma importância divina ou mística.

Mas depois de um interlúdio liderado por Pedro (sermões no Pentecostes, primeiros milagres, prisão e prisão de novo, etc.) "os Doze" tinham vivido mais do que sido úteis. A desculpa é que os apóstolos não querem "servir comida às mesas" (sem brincadeira, Atos 6.2) ou ministrar para "viúvas gregas" – eles querem prosseguir com orações e ministério. Eles decidem que sete homens, cheios do Espírito Santo, sejam nomeados para o assunto mais mundano do trabalho social.

O que mina a "autenticidade" dessa história é que a partir desse ponto os discípulos originais (judeus), agora livres para ministrar, quase desaparecem da história. No lugar deles, são os novos homens "helênicos", supostamente nomeados para trabalho social, que roubam a cena.

A primazia é de Estêvão, que faz um grande discurso e se torna o primeiro mártir, seguido por Filipe (que não deve ser confundido com o discípulo de mesmo nome) que faz maravilhas na Samaria competindo com Simão Mago. Filipe também converte o tesoureiro da Etiópia e até é "arrebatado" de Gaza para reaparecer a quarenta quilômetros de distância em Azoto (Ashdod), cortesia do Espírito Santo (Atos 8.39)! Ele obviamente não ficou muito tempo servindo às mesas. Vinte e poucos anos depois, Filipe está em Cesareia, onde, como pai de quatro adivinhas virgens, ele hospeda o apóstolo Paulo.

Os outros helênicos – Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau – não são mais mencionados. Como a maioria dos apóstolos nomeados, eles apenas fecham o número. Neste estágio, Atos tinha se tornado completamente preocupado com uma historinha sobre as aventuras de Paulo. Da mesma forma que as testemunhas originais escolhidas por Jesus – "pescadores de homens" divinamente ordenados para levar as boas novas "a todos os cantos do mundo" – eles caíram no esquecimento.

 

Igreja das Sombras

Após as "mortes" dos Apóstolos, até os historiadores da Igreja não oferecem nenhuma grande figura missionária (eles fazem uma fraca tentativa com Inácio). O espaço de mais de dois séculos é preenchido com uma igreja anônima das sombras.

Retrospectivamente, o vazio foi preenchido com os "cristãos que sofreram" – uma falácia, inventada pela triunfante Igreja para sua própria glória, elaborada em detalhes pelas mentes férteis dos homens da Igreja medieval e perpetuada hoje pelos estúdios de Hollywood.

   

 

Os propagandistas inventavam uma história fantasiosa na qual o 'sangue dos mártires se tornou a semente da igreja'; eles falavam de um progresso contínuo, primeiro em segredo depois abertamente, pelo qual os seguidores de Cristo, corajosos, piedosos, humildes e nobres, enfrentaram leões ferozes e imperadores sádicos. Pela sua submissão ao sofrimento com um semblante divinamente inspirado, esses pioneiros do cristianismo – aparentemente – ganharam primeiro o respeito e então o coração de um mundo pagão cruel e sombrio.

 

Quem Perseguiu Quem?

Ao longo de três séculos, um punhado de "mártires" cristãos podem ser citados de algumas localidades. Seu número, longe de corroborar qualquer perseguição geral ou contínua dos cristãos primitivos, não é mais do que é de se esperar de uma fraternidade que, na época do golpe de Constantino, chegava a algumas dezenas de milhares e era desproporcionalmente constituída de classes criminais e marginais. A perseguição geral de cristãos ocorreu apenas quando o Império Cristão voltou sua ferocidade contra os hereges.

O Império Romano tinha durado mais de mil anos e perseguiu cristãos durante menos de doze deles. O 'Império Cristão' também durou mais de mil anos e, durante todos esses anos, perseguiu os que não eram cristãos..


Perseguição – Santa Madre Igreja Inventa Origens Heroicas

 

Bibliografia:
The Good Bible – in all its Goodly Versions
Thomas Sheehan, The First Coming (Crucible, 1986)
David Farmer, Oxford Dictionary of Saints (OUP,1997)
Bruce Metzger, Michael Coogan (Eds) The Oxford Companion to the Bible (OUP, 1993)
Edward Gibbon, The Decline & Fall of the Roman Empire (1799)
Michael Walsh, Roots of Christianity (Grafton, 1986)
Robin Lane Fox, The Unauthorized Version (Penguin, 1991)
Helen Ellerbe, The Dark Side of Christian History (Morningstar & Lark, 1995)

 

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Uma Superstição Brutal se Espalha Pela Europa


Com um pai judeu (firmemente patriarcal) e uma mãe cristã (obcecada com culpa e paraíso) não é surpresa que o Islamismo nos trouxe sua cota de loucura.
Tempestade Islâmica no Deserto – A Cristandade Colhe uma Pandemônio

Que os céus nos ajudem. A mais rica e poderosa das nações em todos os tempos tem uma fixação psicótica com Je-sus, o Senhor!
A Cristianização da América
 

 


 

 

 



 

 

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