Um monte de Jesuses!

– Mas nenhum "Jesus de Nazaré"

Jesus Never Existed –  Imaginary Friend


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Kenneth Humphreys


06.01.15

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O Que Está no Nome?

O nome Jesus é na verdade uma criação do século XVI.

"Jesus" vem de יהושוע (Yehoshua or Joshua) onde a primeira parte "yeho" se refere a Deus. O nome significa "YHWH ajuda". Mas era um nome para ser usado com cuidado e, para evitar que o nome de Deus fosse pronunciado acidentalmente, Yehoshua foi truncado para ישוע (Y'shua), ou, na Galiléia, para Yeshu.

Transliterado para o grego, Yeshu se tornou Ἰησοῦς (Iesous), e daí, o latim Iesus. Um desenvolvimento posterior foi a letra J que então substituiu a letra I inicial transformando Iesus em Jesus.

 

 

 

Artificial

'O Jesus dos Evangelhos é uma criação artificial, uma obra de arte coletiva que evoluiu através da consciência combinada de duas gerações de cultos cristãos.'

– A. N. Wilson (Paul, p144)

 

 

 
 

Nenhuma Evidência

'Há muito tempo vem sendo discutido se Jesus realmente existiu. O argumento (muito bem documentado) é que não há absolutamente nenhuma evidência que corrobora sua existência em documentos que não sejam fontes cristãs altamente suspeitas.'

– Riane Eisler (The Chalice & the Blade, p122)

 
 
 

 

 

Testemunho de Não Cristãos?

Nem eram nascidos em 30 dC:

Josefo – c 37 - c 100 AD
Tácito – c 55 - c 117 AD
Suetônio – c 69 - 140 AD

 
 
 
 

 

 

Chrestus?

"Os defensores cristãos gostam de citar uma passagem de Suetônio que se refere a alguém chamado 'Chrestus' como referência ao Salvador deles; no entanto, enquanto alguns já especularam que houve um homem romano com esse nome naquele tempo, o nome 'Chrestus' ou 'Chrestos' que significa 'útil' era frequentemente usado por escravos que tinham sido libertados.

– Acharya S.

 
 
 
 
 
 
 
 
 

Nenhuma Palavra

Não há certamente uma palavra de Jesus que não pode ser encontrada em um ditado paralelo dos rabinos."

- Mark Tully (Lives of Jesus, p80)

 
 
 
 
 
 
 

Protótipo Antigo

Dê uma olhada:

"Sagrada Família"
– em Luxor 1700 aC!

 
 
 

 

 

 
 

Seguindo a Estrela

À medida que a Terra gira, as estrelas parecem girar ao redor da estrela que está mais próxima de uma linha reta com o eixo de rotação da Terra.

(No hemisfério Norte, essa estrela é a Polaris. No hemisfério Sul, uma equivalente aproximada é a estrela Sigma Octantis.)

Então, se não fossem em direção ao polo, os caçadores do Messias – se eles conseguissem acompanhar a estrela – ficariam viajando em um círculo gigante.

Melhor ficar com a ideia do cometa...

 

 

 

 

''Nascimento embaixo da estrela' veio do adivinho com a mula falante!

E se você já se perguntou de onde veio a maluquice do "nascimento embaixo da estrela", isso veio das palavras de um feiticeiro árabe que supostamente tinha sido pago para amaldiçoar os israelitas.

"Balaão respondeu para a mula: 'Porque me estás provocando! Se tivesse uma faca na mão, agora mesmo te mataria.'

E a mula respondeu a Balaão: 'Não sou eu a tua mula que ate hoje sempre montaste? Será que costumo agir assim contigo?' E ele respondeu: 'Não'."

– Números (22.29,30)


Um pouco depois Balaão diz as palavras que foram arrancadas fora do contexto séculos depois pelos romancistas cristãos:

"E Balaão respondeu a Balac ... uma estrela avançará de Jacó."

– Números (24.12,17)

 

 
 
 
 
 
 

Considerados Fraudadores Já no Século II:


''Claramente os cristãos usaram ... mitos ... para inventar a história do nascimento de Jesus…

Para mim é evidente que os escritos dos cristãos são uma mentira e que suas fábulas não foram bem-feitas o suficiente para esconder essa ficção monstruosa."


– Celso (
A Doutrina Verdadeira, c 178 dC)

 

 

 

 

 

 

 

Na Terra do Cochilo

Os discípulos estavam dormindo, Jesus estava fazendo comunhão com Deus, então quem estava escrevendo o que acontecia?

 

 

 

 

 

 

Os Rabinos Conheciam Jesus?

Os primeiros escritos rabínicos não mencionam o homem-deus cristão.

Apenas quando o Cristianismo se tornou um sério problema ao Judaísmo é que os rabinos começaram a criar o seu próprio material propagandístico.

Talmud.

 

 

 

 

 

 

São Paulo até tinha um amigo chamado "Jesus"!

"Saúda-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, primo de Barnabé ... Jesus, chamado justo, também manda saudações.

Dos que vieram da circuncisão [Judeus], estes são meus únicos colaboradores no reino de Deus, tendo-me sido de grande consolação."

– Colossenses 4.10,11.

 

 

 

 

Palavra final

"Eu o procurei mas não o encontrei."

– Cântico dos Cânticos, 3.1.

 

 

 

 

 

 

 

 

Existiu um Jesus? É claro que existiu um Jesus – muitos!


O modelo de herói judeu era Josué (o sucessor de Moisés) também conhecido como Yehoshua (Yeshua) bin Nun ('Jesus do peixe'). Uma vez que o nome Jesus (Yeshua ou Yeshu em hebraico, Iesous em grego, origem da ortografia na língua inglesa) era originalmente um título (que significa 'salvador', derivado de 'Yahweh Salva'), provavelmente todas as bandas na resistência judaica tinham a sua própria figura heróica ostentando este apelido, entre outros.

Josefo, historiador judeu do primeiro século, menciona nada menos que dezenove diferentes Yeshuas/Jesii, cerca de metade deles contemporâneos do suposto Cristo! Em seu livro Antiguidades, dos vinte e oito sacerdotes que ocuparam o cargo a partir do reinado de Herodes, o Grande, até a queda do Templo, nada menos que quatro tinham o nome Jesus: Jesus ben Fiabi, Jesus ben See, Jesus ben Damneu e Jesus ben Gamaliel. Até São Paulo faz referência a um mágico rival, pregando 'um outro Jesus' (2 Coríntios 11,4). O amontoado de Jesuses antigos inclui:

Muito estranho para ser coincidência!

De acordo com o relato bíblico, Pilatos ofereceu aos judeus a libertação de apenas um prisioneiro e a raça amaldiçoada escolheu Barrabás ao invés do bondoso Jesus.

Mas espere aí: no texto original estudado por Orígenes (e em alguns mais recentes) o criminoso escolhido foi Jesus Barrabás – e Bar Abba em aramaico significa 'Filho do Pai'!

Devemos acreditar que Pilatos tinha um Jesus, Filho de Deus e um Jesus, Filho do Pai em sua prisão ao mesmo tempo??!!

Talvez a verdade é que um único criminoso executado ajudou a elaborar todo o conto de fadas.

Os evangelistas, embaralhando os detalhes, usaram o aramaico Barrabás sabendo que poucos falantes de latim ou grego iriam saber o seu significado.

 

Jesus ben Sirach. Este Jesus era tido como o autor do livro de Sirácida ('Eclesiástico, ou a Sabedoria de Jesus o Filho de Sirach'), um dos livros apócrifos do Antigo Testamento. Ben Sirach, escrevendo em grego em cerca de 180 aC, juntou 'sabedoria' judaica e heróis de estilo homérico.

Jesus ben Pandera. Um fazedor de milagres da época do reinado de Alexandre Janeu (106-79 aC), um dos reis macabeus mais cruéis. Imprudentemente, este Jesus começou uma carreira de agitação e profecias sobre o fim do mundo que acabou irritando o rei. Foi morto sendo pendurado em uma árvore - e na véspera de uma Pessach (Páscoa judaica). Os estudiosos têm especulado que este Jesus fundou a seita dos essênios.

Jesus ben Ananias. A partir de 62 dC, este Jesus causou inquietação em Jerusalém com uma ladainha apocalíptica incessante de 'Ai, ai da cidade'. Ele profetizava vagamente:

"Uma voz do Oriente, uma voz do Ocidente, uma voz dos quatro ventos, uma voz contra Jerusalém e a casa do santuário, uma voz contra os noivos e as noivas, e uma voz contra todo o povo."

– Josefo, Guerras 6.3


Preso e açoitado pelos romanos, Jesus ben Ananias foi solto por não ser considerado perigoso, apenas um louco. Ele foi morto durante o cerco de Jerusalém por uma pedra arremessada por uma catapulta romana.

Jesus ben Safate. Na insurreição de 68 dC que trouxe o caos à Galiléia, este Jesus liderou os rebeldes em Tiberíades ("o líder de um tumulto sedicioso de marinheiros e pessoas pobres" – Josefo, Vida de Flávio Josefo 12.66). Quando a cidade estava prestes a ser dominada pelos legionários de Vespasiano, ele fugiu para o norte para Tariquéia no Mar da Galiléia.

Jesus ben Gamala. Durante 68/69 dC este Jesus era um líder do 'partido da paz' na guerra civil que arrasava a Judéia. Nas muralhas de Jerusalém ele protestou contra os idumeus que estavam ali sitiando a cidade (liderados por 'Tiago e João, filhos de Susa'). Não foi bom para ele. Quando os idumeus passaram pelas muralhas ele foi condenado à morte e seu corpo jogado aos cães e aves de rapina..

Jesus ben Tebute. Um sacerdote que, na capitulação final da cidade alta em 69 dC, salvou sua pele entregando os tesouros do Templo, que incluíam dois candelabros sagrados, cálices de ouro puro, cortinas sagradas e vestes dos sacerdotes. Esses objetos figuraram com destaque no arco triunfal erguido para Vespasiano e seu filho Tito.


Mas existiu um Jesus que foi crucificado?

Certamente. Jesus ben Stada era um agitador da Judeia que deu uma dor de cabeça aos romanos nos primeiros anos do século II. Ele teve seu fim na cidade de Lida (quarenta quilômetros de Jerusalém) nas mãos de uma equipe de crucificação romana. E dada a escala que a retribuição romana poderia chegar – no auge do cerco de Jerusalém, os romanos estavam crucificando mais de quinhentos prisioneiros por dia na frente das muralhas da cidade – o chão estaria coberto (literalmente) de heróis mortos chamados Jesus. Nenhum merece um ponto final na grande história universal.



Mas então com tantos Jesuses não poderia ter existido um Jesus de Nazaré?

O problema com essa noção é que absolutamente nada corrobora a biografia sagrada e ainda essa 'maravilhosa história' é salpicada com inúmeros anacronismos, contradições e absurdos. Por exemplo, no momento em que José e Maria, então grávida, teriam ido a Belém para um suposto censo romano, a Galiléia (ao contrário da Judéia) não era uma província romana e, portanto, papai e mamãe não teriam nenhuma razão para fazer a viagem. Mesmo que a Galiléia fosse território imperial, não se conhece nenhum 'censo universal' ordenado por Augusto (nem por nenhum outro imperador) – e os impostos romanos eram baseados em propriedades, não em número de pessoas. Além disso, hoje sabemos que Nazaré não existia antes do século II.

Nazareth –
The Town that Theology Built

 

Nazaré não é mencionada nem no Antigo Testamento e nem por Josefo, que travou uma guerra ao longo de todo o comprimento e largura da Galiléia (um território do tamanho da Grande Londres) e ainda Josefo registra os nomes de dezenas de outras cidades. Na verdade a maior parte da história de Jesus acontece em cidades de origem igualmente duvidosa, em vilas tão pequenas que só cristãos partidários sabiam de sua existência (no entanto, cidades pagãs bem documentadas, com ruínas até hoje existentes, não fizeram parte do itinerário de Jesus).

O que deve nos alertar para falsificação grosseira aqui é que praticamente todos os acontecimentos da suposta vida de Jesus aparecem na vida de figuras míticas de origem muito mais antiga. Se falamos de nascimento milagroso, juventude prodigiosa, milagres ou curas maravilhosas - todos esses 'sinais' tinham sido atribuídos a outros deuses, séculos antes de qualquer homem santo judeu passear por aí. As supostas declarações e ensinamentos de Jesus são igualmente lugar-comum, tendo sido tiradas das escrituras judaicas, filosofia neo-platônica ou comentários feitos por sábios das escolas filosóficas estóica e cínica.

 

 

 

 

De Onde Eles Tiraram Essas Ideias?

Pai Nosso'? – Não, apenas ladainhas judaicas reaproveitadas

Balbuciandorosary


Os monges medievais contavam suas orações do 'Pai Nosso' em pedrinhas ou contas passadas em um barbante. A maioria não sabia latim e não fazia idéia do que estava recitando.

 


O Novo Testamento é repleto de orações, hinos e declarações confessionais. Significativamente, a igreja primitiva não atribuía a seu super-herói as palavras em si de nenhuma de suas orações ou hinos (algo que poderíamos esperar de um grande 'mestre') ... A única exceção parece ser o 'Pai Nosso' – mas será mesmo??

O que fica evidente é que o 'Pai Nosso' evoluiu junto com a lenda do próprio 'Senhor'.

Nos primeiros quatro séculos do Cristianismo, as referências ao 'Pai Nosso' na verdade são bastante raras. Claro, ele pode ser encontrado em Mateus, capítulo 6 e Lucas, capítulo 11. Mas nenhum dos apologistas cristãos, por exemplo, sequer o menciona pelo nome! A Arqueologia também oferece pouca evidência: o papiro 'Bodmer XIV' e outro encontrado em Antinoópolis datam do século III ou IV.

Mas uma versão da oração pode ser encontrada em um curioso documento do início do século II chamado Didaquê (ou Doutrina dos Doze Apóstolos). Nele encontramos um refrão familiar (capítulo 8.2):


'Não ore como os hipócritas, mas prefira a oração como o Senhor ensinou no seu Evangelho, dessa maneira: Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o Teu nome. Venha o Teu reino. Seja feita Tua vontade, na terra, como no céu. Nos dê hoje nosso pão (necessário) de cada dia, e perdoa-nos nossas dívidas como nós também perdoamos nossos devedores. E não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal; pois Teu é para sempre o poder e a glória.'


Prova positiva? Nem pensar – estamos falando de um documento rejeitado pela Igreja no século III! Os doze apóstolos mencionados no título completo do Didaquê não são doze discípulos de carne e osso de um Jesus, mas uma referência aos doze filhos de Jacó representando as doze tribos de Israel.

O Didaquê não aparece em nenhuma Bíblia porque ele é uma escritura semi-judaica!! De acordo com este escrito de antes dos Evangelhos, "nos últimos dias" é "o Enganador do mundo" que deverá aparecer como "o Filho de Deus, e deve fazer sinais e maravilhas" não algum carpinteiro divino (capítulo 16.3,4 )! A lenda ainda estava evoluindo. No Didaquê não há nada sobre nascimento de uma virgem, nem sobre ministério, nem sobre crucificação. 'Jesus' é mencionado 4 vezes, mas em todas elas apenas como o portador de algum conhecimento do 'Senhor' (isto é, Deus).

Antecedentes ainda mais antigos para a oração são fornecidos por preces judaicas mais antigas, como uma versão do Kadish:

"Que Seu grande nome seja santificado no mundo que Ele criou, segundo a Sua vontade, e que Ele estabeleça o Seu Reino ... de forma rápida e em um futuro próximo."

A invocação 'Pai' (Abinu ou Abba) é comum na liturgia judaica (por exemplo, na quinta e sexta bênçãos do Shemoneh 'Esreh – as '18 bênçãos' – que segundo a tradição foram compostas durante o período do Segundo Templo (sexto século aC - 70 dC). Entre os Assideus, a invocação 'Pai Nosso que estais no céu' não era incomum.

A primeira e principal parte do 'Pai Nosso' é uma oração para a vinda do 'Reino de Deus', exatamente como no Kadish. Em contraste, a comunidade cristã primitiva expressava a esperança "escatológica" do retorno de seu herói – NÃO o advento do 'reino'. O 'Pai Nosso' não expressa nada da crença cristã de que o Messias tinha chegado na pessoa de Jesus.

"O pão nosso de cada dia nos dai hoje" é retirado de Provérbios (30,8), composto entre os séculos VI – III aC.

"Perdoa teu próximo, se te fez mal, e, em seguida, os teus pecados serão perdoados" é retirado do Eclesiástico (28,2), uma produção do século II aC.

Não existe nenhum 'Pai Nosso' em Marcos, mas em Marcos (12,29-30) 'um dos escribas' pergunta a JC 'qual é o primeiro mandamento' e o homem-deus dá uma resposta muito judaica:

"O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor: (Marcos 12 29)"
  

Com base nesta pequena história, em 'Lucas' temos JC respondendo a um de seus discípulos. Ele tinha visto Jesus orando (falando consigo mesmo, se crermos na Trindade!) e pede "Ensina-nos a rezar". A resposta é a versão curta do 'Pai Nosso' encontrada em Lucas..

'Mateus' reaproveitou a oração em Lucas para fazer a versão maior que todos conhecem.

Em suma, a oração do homem-deus foi derivada de fontes judaicas mais antigas. O 'Pai Nosso' – longe de ser único, original ou evidência de um homem-deus – não passa de um punhado de invocações judaicas recicladas, compostas em um formato sucinto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Não uma Oração

''Ainda assim, apesar do fato de que o Pai Nosso deve ser um resumo muito antigo de temas da própria vida de Jesus, eu não acho que uma oração coordenada deste tipo chegou a ser ensinada por ele a seus seguidores."

John D. Crossan, The Historical Jesus, p294.

 

Amigo Invisível

'Jesus de Nazaré' supostamente viveu no período mais bem documentado da antiguidade – o primeiro século da era cristã – mas não há sequer uma única fonte não-cristã que menciona o milagreiro do céu. Todas as referências – inclusive as notórias inserções em livros de Josefo – vêm de fontes cristãs partidárias (e o próprio Josefo, sobre o qual muito se discute, não era nem nascido antes da suposta crucificação). A verdade dolorosa é que o Jesus cristão foi fabricado a partir de fontes saqueadas e readaptadas para as necessidades da Igreja primitiva.

Não é com um ser humano que o mito de Jesus começou. Cristo não é um homem divinizado, mas um deus humanizado que calhou de receber o nome Yeshu. Aqueles Jesuses reais, que viveram e morreram dentro dos parâmetros humanos normais, podem ter deixado histórias e lendas para trás, mais tarde aproveitadas por escribas cristãos como fonte de material para seu próprio herói, mas não foi com nenhum rebelde/rabino/milagreiro de carne e osso que a história começou. Em vez disso, sua origem está na própria teologia.

 

CNN no Jardim do Getsêmani?

Será que não dá para perguntar quem registrou não só uma das últimas orações do homem-deus mas também a última ocasião em que o super-herói ainda "vivo" estava com seus acólitos? As únicas testemunhas possíveis estavam dormindo.

'E ele disse: "Abba, Pai, todas as coisas te são possíveis; tira de mim este cálice; mas não seja o que eu quero, senão o que tu queres."
E, voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: "Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora?
Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito na verdade está pronto, mas a carne é fraca. "
E mais uma vez ele afastou-se e orou dizendo as mesmas palavras.
Voltou outra vez e achou-os dormindo, porque tinham os olhos pesados de sono; eles não sabiam o que responder.
Voltou pela terceira vez e disse-lhes: "Dormi agora e descansai: basta! Chegou a hora. O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos pecadores."

– Marcos 14.36,41 (a versão de Mateus é quase idêntica, Lucas tem uma versão menor e João omite a cena completamente.)


Mas, claro, como teatro sagradoum fabula praetexta – essas andanças para um lado e para outro e declamações retóricas para uma plateia são exatamente o que seria de se esperar.

 

Faz Você Pensar

Muitos elementos da 'Paixão' não fazem sentido historicamente.

Um julgamento para Jesus, quando suspeitos de rebeldia eram habitualmente presos e executados pelos romanos sem julgamento? Filo de Alexandria (Da Embaixada para Caio, XXXVIII) fala dos 'assassinatos ininterruptos de pessoas sem julgamento e sem condenação' por Pilatos.

E por que os romanos teriam permitido um criminoso condenado a ser quase que imediatamente removido da sua cruz e colocado num túmulo? A crucificação era escolhida justamente para mostrar publicamente que a forma mais cruel e humilhante de punição aguardava aqueles que se opunham à vontade de Roma. Este costume romano foi talvez melhor descrito por Quintiliano (35-95 dC, Decl. 274), quando escreveu isto:

"Sempre que crucificamos um culpado, são escolhidas as estradas mais movimentadas, onde a maior parte das pessoas pode ver e ser movida por esse medo. Pois as punições são relacionadas mais ao seu efeito exemplar do que a retribuição."


Um século antes, após a 'revolta dos escravos' liderada por Espártaco, 6.000 prisioneiros foram assim crucificados ao longo da Via Ápia entre as cidades de Roma e Cápua, como um sangrento desestímulo a novas rebeliões. Sem dúvida os corpos foram deixados em suas cruzes para apodrecer ou para fornecer alimento para animais selvagens e aves de rapina.

Mas é claro que, se a "Paixão" foi realmente um espetáculo de um deus-sol renascido, faz todo o sentido que o ator 'sacrificado' fosse levado para fora do palco, e em seguida reaparecesse em um ato posterior, 'renascido' ...

 

 

 

De Onde Eles Tiraram Essas Ideias?

asclepius
Asclépio

Asclépio. Os gregos acreditavam que ele tinha vivido como um homem e se tornou um deus após a morte. Seu pai era um deus – Apolo – mas tinha uma mãe humana (Coronis, uma linda donzela da Tessália). Ele foi criado pelo centauro Chiron em uma caverna e com ele aprendeu a arte da cura. Mas Asclépio cometeu o pecado imperdoável de levantar um homem dos mortos, enfurecendo Hades por tirar dele almas mortas. Zeus, com medo de que Asclépio tornasse todos os homens imortais, matou-o com um raio. Apolo intercedeu em favor de seu filho e persuadiu Zeus a fazer de Asclépio o deus da medicina. Como um imortal, no reino dos deuses, Asclépio era capaz de curar os enfermos..

Certamente, durante séculos, as pessoas doentes iam para os templos dedicados a Asclépio na esperança de uma cura. Dizia-se que aqueles que vieram a Asclépio de muletas tinham saído dançando alegremente. Famosos templos do deus estavam em Pérgamo, Epidauro, Cós e Roma. A plena participação no programa de cura envolvia dormir dentro do complexo do templo – com efeito, os primeiros hospitais – onde o tratamento "holístico" envolvia massagens, banhos e interpretação dos sonhos. Indivíduos sortudos experimentavam de fato um "milagre de cura" e davam testemunho da cura realizada por esse deus grego.

Os primeiros cristãos atacaram o culto de Asclépio com grande furor, indicando uma rivalidade estreita entre os dois cultos e um certo constrangimento entre os cristãos por ouvirem repetidamente que Asclépio já tinha feito todos os truques de Jesus – e os tinha feito melhor.

 

 

 

 

PS: Sumo Sacerdote João mata seu irmão "Jesus" no Templo!

Mais outro Jesus foi morto – no templo sagrado – durante o reinado de Artaxerxes I da Pérsia (cerca de 465-424 aC). Seu irmão João, o Sumo Sacerdote, fez o trabalho sujo. Josefo escreveu:

"Quando Eliasibe o sumo sacerdote morreu, seu filho Judas conseguiu o sumo sacerdócio; e quando ele morreu, seu filho João tomou essa dignidade ...

Agora Jesus era o irmão de João, e era amigo de Bagoses, que tinha prometido conseguir-lhe o sumo sacerdócio. Na confiança do apoio deste, Jesus discutiu com João no templo, e assim provocou seu irmão, que, com raiva, o matou.

Agora foi uma coisa horrível João, quando ele era Sumo Sacerdote, ter perpetrado um crime tão grande, e tanto mais horrível, que nunca houve coisa tão cruel e impiedosa feita nem pelos gregos nem pelos Bárbaros.

No entanto, Deus não negligenciou a sua punição, mas o povo foi por isso mesmo escravizado, e o Templo foi profanado pelos persas. ... Assim, Bagoses fez uso desta pretensão, e puniu os judeus sete anos pelo assassinato de Jesus."

– Josefo, Antiguidades dos Judeus -11.7.

 

 

Bibliografia:
Paul Johnson, A History of the Jews (Phoenix Grant, 1987)
John P. Meier, A Marginal Jew - Rethinking the Historical Jesus (Doubleday, 1991)
Josephus, The Jewish War (Penguin, 1959)
Leslie Houlden (Ed.), Judaism & Christianity (Routledge, 1988)
Riane Eisler, The Chalice & the Blade (Harper Collins, 1987)
Geza Vermes, The Changing Faces of Jesus (Allen Lane, 2000)
A. N. Wilson, Jesus (Harper Collins, 1993)
Ian Wilson, Jesus: the Evidence (Weidenfeld & Nicolson, 1984)
Alvar Ellegard, Jesus One Hundred Years Before Christ (Century, 1999)
Johannes Lehmann, The Jesus Report (Souvenir Press, 1972)

 

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